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São Paulo sedia Encontro Nacional de Criacionistas


Por marciobasso 23/01/2013 - 15h56

Foi realizado entre os dias 17 e 20 de janeiro, no Salão Nobre do Unasp, campus São Paulo, na Zona Sul da cidade, o 7º Encontro Nacional de Criacionistas. Organizado a cada três ou quatro anos, o evento teve como tema: “Criacionismo: Nas Fronteiras da Ciência com a Religião”. Entre os palestrantes estava o biólogo e paleontólogo Arthur Chadwick, da Southwestern Adventist University (Texas, EUA), que explicou o que aconteceu com os dinossauros. Chadwick, que usa GPS de alta resolução e programas de computador de última geração para ajudar nas escavações, destacou que, “como criacionista, não é suficiente fazer o que os outros fazem; é preciso fazer melhor, um trabalho de excelência”.
O estudioso, que já encontrou milhares de ossos de dinossauros no sítio arqueológico de Niobrara County, no Wyoming (USA), afirmou que, após uma grande catástrofe, “os animais foram todos mortos de uma vez, e flutuaram por algum tempo, mas depois foram depositados em diferentes lugares. Já nos primeiros estágios da nossa pesquisa encontramos evidência abundante de morte e soterramento catastrófico de dinossauros”.
Chadwick, que disse que o Beemote, descrito em Jó 40:15, provavelmente seria um dinossauro, mencionou textos que ajudam a explicar o que aconteceu com esses grandes animais. Um deles diz: “Houve uma classe de animais muito grande que pereceu no dilúvio. Deus sabia que a força do homem iria diminuir e estes animais gigantescos não poderiam ser controladas pelo homem fraco” (Ellen G. White, Spirituals Gifts, v. 4, p. 121).
A palestra “O Big Bang e a Criação”, do astrofísico Eduardo Lutz, da Tools and Technologies, também foi bem comentada. Lutz começou alertando para os erros religiosos aliados a erros filósofos, que resultam em “estranhas formas de erros”. A solução: “Conhecimentos científicos mais conhecimentos bíblicos.” Ele ressaltou que “a ciência foi desenvolvida por meio do estudo da Bíblia”.
O Big Bang, inclusive, seria uma ideia proveniente do criacionismo, conforme Lutz. Ele conta que no começo do século 20 havia várias evidências para um início de todas as coisas, mas foi apenas quando Georges-Henri Édouard Lemaître, padre católico, astrônomo e físico belga, propôs a “hipótese do átomo primordial” que a ciência moderna aceitou que o Universo teve um início. O evento astronômico foi chamado jocosamente de “Big Bang”, um deboche ateísta naturalista a respeito das origens.
Ou seja, o Big Bang, conhecido popularmente como uma teoria evolucionista, teria nascido como alternativa “criacionista” para contrapor a ideia de que o Universo seria eterno. Para os criacionistas, diz o astrofísico, o Big Bang pode ter sido o início da criação; para o evolucionista ateísta, uma grande explosão aleatória que teria dado início a tudo.
Outra palestra do encontro foi apresentada pelo biólogo e paleontólogo Leonard Brand, da Universidade de Loma Linda (Califórnia, EUA). Ele falou sobre “O Alcance e os Limites da Evolução”. Ao explicar sobre a macro e a microevolução (ou adaptação, segundo os criacionistas), Brand mostrou “que não há evidências que apoiem a teoria (evolucionista) da duplicação de genes”. Isso significa que não há qualquer prova científica que confirme a macroevolução (supostamente causada por mutações aleatórias do DNA); por exemplo, a transformação de um peixe em ave.
Brand diz que existem variações de raças entre espécies (exemplo dos cães), pois “Deus criou os animais com possibilidade de variação limitada”. Contudo, o biólogo diz que, em última instância, “tanto a evolução quanto a criação estão fundamentadas na fé”.
“Tudo o que tenho visto”, conclui o cientista, “me ensina a confiar no Criador por tudo o que não tenho visto.”
Marcos Eberlin, químico da Unicamp, foi outro nome do encontro. Ele palestrou sobre as “Evidências de Design Inteligente na Vida e no Universo: do Micróbio ao Microbiologista”. Eberlin mostrou diversas evidências da impossibilidade de um processo evolutivo. A cor do pavão, por exemplo, deriva de complexas equações matemáticas, de “um design inteligente, uma antevidência genial”. Para o cientista, a (macro)evolução existe apenas nos “livros, na internet e na imaginação do ser humano”.
Ele ainda desconstruiu um conceito do famoso físico britânico Stephen Hawking, que afirmou não precisar “da hipótese Deus”, pois conhece a fórmula do Universo: energia + matéria + espaço. Marcos contesta a tese, mencionando o quarto elemento da fórmula: “Falta a informação”, diz, uma das maiores evidências da existência de Deus.
Eberlin descreveu também os nanomotores moleculares sem os quais a vida seria impossível, e disse: “É Deus quem controla o tempo e o funcionamento dos processos vitais.”
O presidente e fundador da Sociedade Criacionista Brasileira, doutor Ruy Carlos de Camargo Vieira, avaliou o encontro: “Os organizadores estão de parabéns, pois trouxeram palestrantes que apresentaram temas de grande importância de maneira didática.”
Vieira ressaltou os trabalhos de campo dos geólogos Chadwick (dinossauros) e Nahor Neves de Souza Jr. (Unasp e GRI), que apresentou pesquisas com basalto, feitas no Brasil e nos Estados Unidos. Para Vieira, os assuntos geológicos foram os “mais interessantes” em termos de pesquisa.
Ruy Vieira ainda adiantou as novidades da Sociedade Criacionista Brasileira: “De 18 a 24 de abril, Seminário na Universidad Peruana Unión”, além de “encontros ainda por confirmar em Campo Grande, Porto Alegre e/ou Belo Horizonte”.
O presidente da SCB mencionou o recém-fundado Consórcio Criacionista Adventista, “uma tentativa de união e coordenação de esforços da Sociedade Criacionista Brasileira e os organismos da Igreja Adventista do Sétimo Dia que têm se dedicado ao criacionismo”. Ruy destacou o NEO (Núcleo de Estudos das Origens), do Unasp, campus São Paulo, a sede brasileira do Geoscience Research Institute (GRI) e o Museu da Faculdade Adventista da Bahia.
O presidente da comissão organizadora do encontro, doutor Marcos Natal de Souza Costa, falou dos números finais do evento, que sempre é realizado no Unasp, campus São Paulo, e é organizado pelo NEO: foram 300 participantes, com pessoas de todo o País, com exceção de dois ou três Estados. “Esse é o diferencial”, aponta o professor, pois o tema e as discussões “serão disseminados no Brasil inteiro”.
O professor de química Fábio do Carmo Silva ressaltou a importância do encontro para fundamentar seu conhecimento em criacionismo e evolucionismo.
Para Vívian Andrade Araújo, professora e assessora do curso de psicologia do Unasp, campus São Paulo, o encontro melhora seu trabalho com os alunos, além de sedimentar sua crença e fornecer subsídios científicos para a compreensão do criacionismo. “Deixa de ser um achismo”, completa.
“Assim como nos demais eventos criacionistas de que participei”, lembra o jornalista e editor da Casa Publicadora Brasileira, Michelson Borges, “a principal avaliação positiva é o fato de os palestrantes serem pesquisadores de ponta, e trazerem dados e fatos que vêm de suas pesquisas.”
Nos próximos dias, este site divulgará diversas entrevistas com os participantes do 7º Encontro Nacional de Criacionistas. Aguarde.
Vale ainda ressaltar dois eventos criacionistas que serão realizados nos próximos dias. O primeiro é um “tuitaço” (divulgação de conteúdos em massa no Twitter), na próxima sexta-feira, dia 25, a partir das 20h, com a tag #origens. O segundo é o vídeo chat ao vivo, no dia 1º de fevereiro, às 20h, com o tema “Em busca das origens – Criação ou Evolução?”.
E não perca a edição de março da Revista Adventista, que terá uma reportagem especial sobre o encontro realizado em São Paulo.
Michelson Borges e Márcio Basso Gomes 

Palestrantes do evento – Foto: Michelson Borges