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Furacão Isaac ameaça Nova Orleans


Por marciobasso 28/08/2012 - 20h25

NOVA ORLEANS, Estados Unidos, 28 Ago (Reuters) – A tempestade tropical Isaac se fortaleceu e virou um furacão perto da costa sul dos Estados Unidos nesta terça-feira, enquanto rumava em direção à terra firme na região de Nova Orleans, sete anos depois que a cidade foi devastada pelo furacão Katrina.
Os ventos, chuvas e tempestades do Isaac poderiam representar um grande teste para o novo sistema de controle de inundações e os diques reforçados de Nova Orleans. Previsões do Centro Nacional de Furacões mostraram a tempestade se aproximando da costa na noite de terça-feira.
“O Isaac finalmente se transformou em um furacão, por isso estamos oficialmente no combate e a cidade de Nova Orleans está na linha de frente”, afirmou o prefeito de Nova Orleans, Mitch Landrieu, a repórteres.
Com fuzis automáticos para afastar qualquer ameaça de saques, as tropas da Guarda Nacional do Exército chegaram em veículos militares e tomaram posições em ruas quase desertas. Elas chegaram junto com a chuva e os ventos fortes, que começaram a atingir o famoso bairro francês da cidade.
Mais cedo, o Corpo de Engenharia do Exército começou a fechar pela primeira vez a nova comporta da maior barreira contra tempestades do mundo, no Lago Borgne, a leste de Nova Orleans. Empresas de energia esvaziaram plataformas de petróleo em alto mar e fecharam refinarias da Costa do Golfo, já que a tempestade ameaça atingir o cinturão de refino de petróleo.
Às 15h00 (horário de Brasília), o Centro de Furacões informou que o Isaac estava centralizado a cerca de 217 quilômetros sudeste de Nova Orleans, com ventos máximos sustentados de 120 quilômetros por hora.
Sua velocidade de avanço estava relativamente baixa, a 16 quilômetros por hora, o que é uma preocupação para as pessoas no caminho da tempestade, uma vez que ciclones lentos podem causar chuvas mais pesadas.
Tampa, na Flórida, onde teve início a Convenção Nacional Republicana na segunda-feira, foi poupada do Isaac. Mas o furacão forçou líderes do partido a reformular a programação e eles talvez tenham que revisar novamente a agenda para que não estejam comemorando a nomeação de Mitt Romney como candidato presidencial do partido enquanto moradores da Costa do Golfo passam por dificuldades na tempestade.
 presidente norte-americano, Barack Obama, demonstrou suas preocupações em uma declaração da Casa Branca. “Estamos lidando com uma grande tempestade e pode haver enchentes significativas e outros danos ao longo de uma enorme área.”
“Agora não é o momento de desafiar o destino”, acrescentou, afirmando que as pessoas deveriam prestar atenção em alertas e sair das cidades se assim forem instruídas pelas autoridades.
DEFESA DE BILHÕES DE DÓLARES
O furacão Isaac mantém Nova Orleans em alerta, enquanto a cidade ainda luta para se recuperar do furacão Katrina, que devastou a região em 29 de agosto de 2005, matando mais de 1.800 pessoas e causando bilhões de dólares em danos.
Depois do Katrina, o Corpo de Engenharia construiu um sistema de defesa de enchentes de 14,5 bilhões de dólares com muros, comportas, diques e bombas, com intuito de proteger a cidade contra uma enorme onda como a que inundou Nova Orleans na esteira do Katrina.
Autoridades pediram que milhares de moradores de áreas baixas saíssem de lá, avisando que a tempestade poderia inundar cidades em pelo menos três Estados da Costa do Golfo dos EUA, com uma ressaca de até 3,7 metros.
Não havia previsão de que o Isaac se fortalecesse além de um furacão de categoria 1, a menor na escala Saffir-Simpson de cinco níveis. O Katrina foi uma tempestade de categoria 3, mas a amplitude do sistema do Isaac fez os meteorologistas preverem vastas inundações.
O Isaac já matou pelo menos 23 pessoas e causou inundações e danos significativos no Haiti e na República Dominicana antes de contornar a ponta sul da Flórida no domingo.
(Reportagem adicional de Tom Brown, Jane Sutton, David Adams e Kevin Gray, em Miami; de Ben Gruber e Kathy Finn, em Noew Orleans; de Emily Le Coz, em Tupelo, Missisippi; de Kristen Hays, Erwin Seba e Chris Baltimore, em Houston; e de Verna Gates, em Alabama).