Brasileiro trabalha até 28 de maio apenas para pagar impostos
Por marciobasso 25/05/2010 - 14h59
O brasileiro terá que trabalhar 148 dias neste ano somente para pagar impostos. Esta carga horária tributária coloca o Brasil no terceiro lugar no ranking dos países que mais pagam impostos.
Contando do dia 1º de janeiro em diante, as dívidas fiscais estarão quitadas na próxima sexta-feira, 28 de maio. Os dados fazem parte de um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
Os dias trabalhados são mais de duas vezes do que o necessário na década de 70. Naquela época, com 76 dias em média na labuta o brasileiro conseguia pagar seus tributos. Passou para 77 em 1980, e saltou para 102 na década de 90.
De acordo com o IBPT, a escalada no período se deve ao forte crescimento econômico, que se reflete na tributação da renda e do patrimônio. Além de impostos sobre os rendimentos, o brasileiro tem que arcar com contribuições previdenciárias e sindicais; tributos sobre o consumo (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS); sobre bens (IPTU, IPVA. ITCMD, ITBI, ITR) e taxas públicas (limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos, iluminação pública).
Argentino quitou imposto em 7 de abril
Seguindo a base de comparação da pesquisa, o Brasil só fica atrás da França, com 149 dias, e Suécia, 185 dias. Os americanos trabalham 102 dias. Os hermanos argentinos trabalham somente 97 dias e no Chile, 92. Os vizinhos terminaram de pagar os impostos em 7 e 2 de abril respectivamente.
Rendas diferentes x carga horária
Conforme a renda mensal aumenta, os dias de trabalho para pagar impostos também aumentam. Os consumidores com vencimentos de até R$ 3 mil por mês trabalham 141 dias para pagar tributos, destinando 38,48% da renda. Entre a faixa de R$ 3 mil a R$ 10 mil, os dias aumentam para 159, terminando o ciclo em 6 de junho. Quem possui renda acima de R$ 10 mil trabalha 154 dias e fica livre dos impostos em 1º de junho.
Imposto consome 40,54% da renda
A estimativa é que o contribuinte gaste 40,54% de seu rendimento bruto em 2010. O percentual é 0,39 ponto percentual superior ao índice registrado em 2009. Quando o instituto começou a auditar este índice, em 2003, eram destinados 36,98%.
Fonte: eBand