Assad promete ampliar acesso à Cruz Vermelha
Por marciobasso 04/09/2012 - 16h37
GENEBRA, 4 Set (Reuters) – O presidente da Síria, Bashar al Assad, prometeu nesta terça-feira autorizar a Cruz Vermelha a ampliar suas operações humanitárias no país, segundo um porta-voz da entidade.
O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, se reuniu durante 45 minutos com o líder sírio para discutir a ampliação da ajuda a civis e a retomada das visitas a prisões, paralisadas desde maio, informou a agência.
Assad reprime há quase 18 meses uma rebelião que tenta derrubá-lo, e que assume cada vez mais características de uma guerra civil. A ONU diz que o número de refugiados disparou em agosto, alcançando a cifra de 235.368 sírios registrados em países vizinhos.
Durante a reunião, Maurer salientou a necessidade de atender rapidamente os feridos e acelerar a importação de suprimentos médicos, alimentos e equipamentos necessários para reparar as redes de abastecimento hídrico.
“O presidente Assad ofereceu compromissos positivos às nossas solicitações”, disse o porta-voz do CICV, Hicham Hassan, sem entrar em detalhes.
Assad, segundo a TV síria, disse a Maurer que seu país “saúda o trabalho que o Comitê realiza no território sírio, desde que seja realizado de forma independente e neutra”.
Maurer também visitou pacientes e voluntários em um centro do Crescente Vermelho Árabe Sírio – entidade afiliada ao CICV – na zona rural de Damasco.
O dirigente deve passar três dias na Síria, até quarta-feira. O CICV disse na segunda-feira que o objetivo dele na viagem seria tratar da “rápida deterioração na situação humanitária” síria e das dificuldades que os agentes humanitários enfrentam no país
O CICV tem 50 profissionais sírios e estrangeiros no país, mas todos estão confinados a Damasco desde o final de julho, devido aos intensos combates. Há mais de duas semanas a entidade não despacha comboios assistenciais, mas na semana passada conseguiu enviar algumas rações alimentares e outros suprimentos a zonas rurais de Damasco e Homs, onde o material seria distribuído pelo Crescente Vermelho.
Maurer deve se reunir ainda com outras autoridades sírias de alto escalão, para discutir o acesso a prisões onde grupos humanitários dizem haver dezenas de milhares de pessoas detidas desde o início da rebelião.
A Síria abriu suas prisões pela primeira vez há cerca de um ano, num acordo selado durante uma visita do antecessor de Maurer, Jakob Kellenberger. Mas os funcionários do CICV só puderam visitar prisões centrais de Damasco em setembro, e as de Aleppo em maio. (Reportagem adicional de Vincent Fribault em Genebra e Dominic Evans em Beirute).
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