Discurso de Obama mistura esperança, realidade e valores
Por marciobasso 07/09/2012 - 14h34
CHARLOTTE, Estados Unidos, 7 Set (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu na quinta-feira aos norte-americanos que tivessem paciência para reconstruir a frágil economia nacional e criticou as propostas do adversário republicano Mitt Romney para fazer o país crescer.
No discurso em que aceitou oficialmente a candidatura à reeleição, no fim da Convenção Nacional Democrata em Charlotte, na Carolina do Norte, Obama apresentou uma versão mais realista da mensagem de “esperança e mudança”, mote da campanha que o levou à Casa Branca em 2008.
Obama também disse: “A nossa luta é para restaurar os valores que construíram a maior classe média e a economia mais forte do mundo. Os valores que meu avô defendeu como um soldado no Exército de Patton, os valores que impulsionaram minha avó quando ela trabalhou em uma linha de montagem.”
“Nossos pais e avós sabiam que eram parte de algo maior: uma nação que triunfou sobre o fascismo e depressão, uma nação onde as empresas são mais inovadoras e todos compartilham o orgulho e o sucesso. Meus avós viveram o que é a essência dos Estados Unidos: a promessa de que o trabalho duro compensa, que a responsabilidade será recompensada, que o destino será justo, que todos jogam as mesmas regras: desde Wall Street a Washington, DC.”
Após quatro anos lidando com guerras, desemprego e impasses políticos, ele adotou um tom mais contido, menos exuberante.
A tática no discurso foi apresentar ao eleitorado dois caminhos diametralmente opostos, representados por ele e Romney.
“Nunca disse que esta jornada será fácil e não vou prometer isso agora”, afirmou ele. “Sim, nosso caminho é mais árduo, mas leva a um lugar melhor. Sim, nosso caminho é mais longo, mas o percorremos juntos”, declarou.
A dois meses da eleição, Obama enfrenta o desafio de reavivar a magia da histórica campanha de 2008 e de estimular os eleitores frustrados com as dificuldades econômicas.
A convenção foi a maior vitrine eleitoral de Obama na campanha presidencial, pelo menos até o início da série de debates contra Romney pela TV, em outubro.
(Por Steve Holland e Jeff Mason)
Fonte: Reuters e Folha de S.Paulo