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ONG Criança Segura divulga ranking dos estados campeões em atropelamentos de crianças


Por marciobasso 19/07/2012 - 20h52

O trânsito é responsável pela principal causa de morte, entre os acidentes, de crianças e adolescentes até 14 anos no Brasil. Do total de lesões que vitimam a criança no trânsito, a maior parte, 38%, corresponde aos atropelamentos. Para entender os dados mais profundamente, gerar alerta para as medidas de prevenção desta lesão e incentivar a adoção de políticas públicas que visem reduzir estes acidentes, a CRIANÇA SEGURA realizou um estudo tendo como base números de mortalidade de 2010, os mais atuais divulgados pelo Ministério da Saúde.
Foram 1.895 mortes de crianças de 0 a 14 anos no trânsito, 711 que vitimaram a criança na condição de pedestre. Outras 7.392 foram internadas devido a atropelamentos. Os pequenos são mais vulneráveis a este perigo porque estão expostos às condições de tráfego que superam sua capacidade de percepção do risco.
As idades e sexo das crianças vítimas destes acidentes também foram considerados. As mortes com crianças de 10 a 14 anos representaram 35%, com crianças de 5 a 9 anos 34%, de 1 a 4 anos, 28% e 3% no caso das crianças com menos de 1 ano. Os meninos foram vítimas quase duas vezes mais que as meninas, sendo 65% das mortes por atropelamentos com garotos e 35% envolvendo garotas.
Ranking por regiões e unidades da federação
O estado de Sergipe foi o campeão em mortes de crianças vítimas de atropelamentos, com taxa de 2,88 por cem mil habitantes menores de 15 anos, seguido de Tocantins, com 2,76, Goiás com 2,50, Santa Catarina, com 2,28 e Alagoas, com 2,20. O Amapá apresentou a menor taxa: 0,90.
Abaixo, ranking completo:

Estado Taxa por cem mil Hab. menores de 15 anos Estado Taxa por cem mil Hab. menores de 15 anos
1.     Sergipe

2,88

13. Amazonas e Pernambuco

1,64

2.     Tocantins

2,76

14. Pará e Rio Grande do Sul

1,57

3.     Goiás

2,50

15. Rio de Janeiro

1,54

4.     Santa Catarina

2,28

16. Maranhão

1,52

5.     Alagoas

2,20

17. Mato Grosso do Sul

1,47

6.     Mato Grosso

2,18

18. Ceará

1,46

7.     Piauí

2,17

19. Bahia

1,36

8.     Distrito Federal

2,14

20. Minas Gerais

1,25

9.     Espírito Santo

2,09

21. São Paulo

1,06

10.  Paraná

2,05

22. Paraíba

0,94

11.  Rondônia

1,89

23. Amapá

0,90

12.  Rio Grande do Norte

1,78

 

 

Acre e Roraima não apresentaram registros de mortes por atropelamentos o que pode estar relacionado à uma deficiência na notificação destas lesões.
Crianças são mais vulneráveis aos atropelamentos
Ainda em desenvolvimento, são incapazes de discernir a velocidade e distância dos veículos, direção de onde vêm os sons, tem a visão periférica limitada (não enxergam nas laterais) e, devido à sua estatura, nem sempre podem ser vistos pelos motoristas. O imaginário infantil também influencia neste caso: as crianças são capazes de acreditar que podem sair ilesas após uma batida – assim como assistem nos programas de TV por exemplo.
Além destas dificuldades, o ambiente em que transitam as crianças apresenta um grande potencial de risco e poucas condições de segurança para os pedestres. Entre outros fatores que causam o atropelamento, está a ausência de uma campanha educativa para motoristas e pedestres, desrespeito aos limites de velocidade, falta de calçadas, sinalização ineficiente, vias e rodovias projetadas sem os devidos cuidados para pedestres e a falta da cultura do respeito às leis. No entanto, a principal causa destes atropelamentos, pode estar relacionada à falta de um adulto com as crianças quando elas estão no trânsito.
Prevenindo os atropelamentos:
Para prevenir este acidente, os responsáveis devem supervisionar sempre até que a criança demonstre habilidades e capacidade de julgamento do trânsito. Isto se dá a partir dos 10 anos aproximadamente. Além disso, devem adotar algumas medidas:
 – segurar sempre a criança, firme, pelo pulso, enquanto estiverem caminhando na rua;
– não permitir a brincadeira em locais que não são adequados como entradas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos;
– acompanhar a criança para identificar o caminho mais seguro e ensinar a completá-lo de forma segura e cuidadosa.
 Além de dar o bom exemplo, os responsáveis também devem ensinar a criança:
 – a olhar para os dois lados várias vezes antes de atravessar a rua;
– utilizar a faixa de pedestres sempre que disponível;
– obedecer aos sinais de trânsito;
– não atravessar a rua por trás de carros, ônibus, árvores e postes;
– nunca correr para a rua sem antes parar e olhar se vem carro – seja para pegar uma bola, o cachorro ou por qualquer outra razão;
– esperar que o veículo pare totalmente ao desembarcar do ônibus e aguardar que ele se afaste para atravessar a rua.
A ONG Criança Segura é uma organização da Sociedade Civil de Interesse Público dedicada à promoção da prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos. A ONG conta com a contribuição iniciativa privada.
Entre no site e conheça mais: http://criancasegura.org.br/
Francine Ricci Vieira de Aquino