Quase 15% dos adolescentes de 15 a 17 anos não estudam
Por marciobasso 17/09/2010 - 11h49
Se, por um lado, a escolarização das crianças e adolescentes de 7 a 14 anos se universalizou nos anos 1990, a frequência escolar dos brasileiros que deveriam estar no ensino médio avança em ritmo mais lento.
No ano passado, 14,8% dos adolescentes de 15 a 17 anos estavam fora da escola, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta sexta-feira. O número representa avanço em relação ao ano anterior, quando 15,9% dos jovens na faixa etária não frequentavam a escola. Em 2008, essa taxa de inclusão avançou depois de cinco anos de estagnação.
O IBGE destaca que houve uma melhora nos indicadores referentes ao ensino médio no país. Mas ressalva que metade desses alunos ainda não estão cursando a série adequada para a sua idade. 50,9% dos estudantes de 15 a 17 anos frequentam a série correspondente à sua faixa etária. Em 2004, esse percentual era de 44,2% e, em 1999, de 32,7%.
Para o instituto de pesquisa, a taxa está ligada ao atraso no ensino fundamental. “É fato constatado que a maioria das crianças brasileiras ingressam nesse ciclo sem antes ter cursado o pré-escolar, o que acarreta um atraso de em média dois anos.”
Ana Lucia Saboia, gerente de Indicadores Sociais do IBGE, afirma que, embora a educação melhore no país, o ritmo é moderado. “O sistema educacional do país sempre foi muito frágil. A gente não consegue chegar à média de oito anos de estudo da população, apesar de todos os avanços pelos quais o país tem passado nos últimos anos.”
Em média, o brasileiro com 15 anos ou mais tinha 7,5 anos de estudo em 2009. De acordo com o instituto de pesquisa, o Brasil fica atrás de outros países com o mesmo nível de desenvolvimento econômico.
ANALFABETISMO
A taxa de analfabetismo caiu no ano passado e atingiu 9,7%. Em 2008, a taxa era 10% e, em 1999, 13,3%. Segundo o IBGE, o analfabetismo no país se concentra entre os mais velhos.
Do total de analfabetos, 33% têm 60 anos ou mais, 10,2% são negros, 58,8% são pardos e 52,2% estão no Nordeste.
Fonte: Folha Online