Vacinação de grávidas com a AstraZeneca foi suspensa em Cachoeira do Sul
Suspensão foi feita após recomendação da Anvisa. Até o momento, 36 gestantes e seis puérperas foram imunizadas na cidade.
Jornal NT Sul
Por Thays Silva 11/05/2021 - 15h40
Após a orientação da Anvisa de suspender a aplicação da vacina Oxford Astrazeneca em gestantes, o estado do Rio Grande do Sul emitiu, na manhã desta terça-feira (11), uma orientação aos municípios para que suspendam a vacinação com esta marca de imunizante em grávidas imediatamente. O estado incluiu também as puérperas.
A medida foi adotada depois que, na noite de segunda-feira (10), a Agência de Vigilância Sanitária recomendou a suspensão imediata da vacinação em gestantes com as doses dessa vacina específica. Agora, só podem ser aplicadas a CoronaVac e a da Pfizer neste público.
O texto da nota emitida pela agência reguladora diz que a orientação é que “seja seguida pelo programa nacional de imunização (PNI) a indicação da bula da vacina astrazeneca e que a orientação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas covid em uso no país”.
Ainda segundo a Anvisa, “o uso de vacina em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde, que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente”.
A vacina da Oxford/AstraZeneca vinha sendo usada em gestantes com comorbidades e sem comorbidades.
Em Cachoeira do Sul a medida de suspensão da vacinação para estes dois públicos específicos foi adotada no início da manhã de terça. O titular da saúde no município, Marcelo Figueiró, informou que, até o momento, 36 gestantes e seis puérperas foram imunizadas na cidade. Estas 42 pessoas passarão agora a ser monitoradas pela secretária no acompanhamento de eventual efeito adverso.
O Ministério da Saúde investiga o caso de uma grávida que desenvolveu trombose dias após ter recebido uma dose da AstraZeneca no Rio de Janeiro. A pasta confirmou a morte da gestante ao jornal “Folha de S. Paulo” na segunda-feira. A nota da Anvisa, no entanto, não cita o ocorrido como justificativa para a suspensão do uso da vacina.
Cerca de 1/4 das doses aplicadas no Brasil até agora são da AstraZeneca. Gestantes e puérperas (aquelas que deram à luz há até 45 dias) foram incluídas em abril no grupo prioritário pelo Ministério da Saúde. Até o meio de abril, o Brasil havia registrado 979 mortes de grávidas ou mulheres que acabaram de dar à luz diagnosticadas com a COVID-19.