Tormenta tropical Agatha deixa pelo menos 99 mortos na América Central
Por marciobasso 31/05/2010 - 10h22
Guatemala, Honduras e El Salvador enfretam uma dura crise no domingo, 30, devido aos estragos causados pela tormenta tropítal Agatha, que pode ter deixado pelo menos 99 mortos nos três paises.
As três nações declararam estado de exceção, para assim permitir a rápida movimentação de recursos, que serão destinados às áreas de resgate e reconstrução dos países que foram prejudicados pelas fortes chuvas torrenciais, que começaram na noite de sexta-feira.
“No total temos 82 mortos (na Guatemala), devido as chuvas, mas uma pessoa morreu por causa da erupção, na quinta-feira”, diz o porta-voz da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred), David de León.
O porta-voz da Conred indicou que há 53 desaparecidos e 111.964 evacuados devido a tormenta. Na última quinta-feira, um vulcão próximo a capital descarrgou uma nuvem de cinza sobre a capital, Cidade de Guatemala.
O presidente salvadorenho, Mauricio Funes, disse que as chuvas deixaram nove mortos e 11 mil evacuados, já seu colega hondurenho, Porfirio Lobo, informou que há entre 8 a 9 desaparecidos. Lobo declarou emergência nacional.
Dados preliminares oficiais em Honduras apontam que 2.256 pessoas foram evacuadas, 2.000 estão desabrigadas e 2.295 estão em albergues instalados em centros escolares. Há 505 casas danificadas, 52 estradas afetadas e 21 seções totalmente destruídas.
Segundo a Comissão Permanente de Contingências, a maioria dos danos em Honduras se registram na região sul. Na madrugada de domingo, Agatha, a primeira tormenta da temporada de furacões do ano, tornou-se uma chuva tropical ao chegar as zonas montanhosas. Entretanto, as chuvas continuaram, segundo as autoridades.
O número de mortos pode ser muito maior do que o informado, já que dezenas de pessoas têm entrado em contato com as emissoras locais para enviar mensagens via redes sociais reportando mas locais em que pode ter mais mortos.
Em San Antonio Palopó, localizado a 65 quilômetros ao oeste da capital guatemalteca, no lago turístico de Atitlán, há pelo menos 13 pessoas mortas, informou o prefeito Andrés Cúmez, à rádio Emissoras Unidas.
A mesma emissora reportou nove mortos, provocados por duas avalanches de terra, que caíram sobre 30 casas, na cidade de Chichicastenango, localizado a 100 quilômetros ao noroeste da Cidade de Guatemala. Ainda há 7 desaparecidos
O deteriorado estado das estradas impossibilita a chegada das equipes de socorro e a Conred deve verificar todos os reportes que receberam.
Apesar da chuva ter parado no noroeste da Guatemala, a quantidade de água que desce das montanhas, para a inclinação do Atlântico, provocou o transbordamento do rio próximo a Motagua e pelo menos 19 comunidades que fazem fronteira com Honduras.
Mais de 800 casas foram danificadas pelas chuvas na Guatemala e 2 mil pessoas foram evacuadas devido a erupção do vulcão Pacaya, na última quinta-feira, que deixou cair areia sobre a capital guatemalteca e pedras sobre as aldeias em suas encostas.
A quantidade de areia obrigou as autoridades a fechar o aeroporto La Aurora, e com as chuvas, o fechamento foi prorrogado por mais cinco dias.
Os meteorologistas indicaram que o vulcão deixou de expelir cinzas e que pode ser autorizado o voo de aviões de pequeno porte e helicópteros, que permitirá levar ajuda e resgate com mais rapidez.
As chuvas na Guatemala são as mais fortes dos útlimos 60 anos. A capital guatemalteca registrou 110 milímetros em 12 horas, sendo que algumas localidades registram 300 milímetros de chuva.
Honduras e El Salvador fecharam temporariamente suas fronteiras terrestres de El Amatillo, devido ao transbordamento do rio Goascorán, que serve de linha divisória entre as nações. “A tormenta parece perder força, a situação em todo o país segue crítica”, sinalizou Funes.
AP