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A Última Geração de Crentes Continuará sendo Pecadora – não “pecadeira”

Na Mira da Verdade


Por jeferson 06/07/2017 - 15h59

Eu não peco mais!

Há uns 10 anos ou mais, ao final de uma seção de perguntas e respostas numa igreja em Belo Horizonte, MG, um cristão me abordou dizendo que eu estava errado em minha exposição sobre a santificação.

Eu havia explicado que a santificação é um processo de transformação que leva a vida toda e que somente na Glorificação, quando Cristo voltar e glorificar (transformar) nosso corpo e natureza, pararemos de pecar completa e definitivamente.

Veja o resumo de nosso diálogo:

– Você está errado em dizer que não pararemos de pecar antes da Glorificação.

– Estou? – Perguntei – O irmão já conseguiu atingir esse nível de “perfeição”?

– Sim. Não peco nem mesmo em pensamento.

– Mas 1 João 1:8 diz que quem afirma isso é mentiroso.

– Não é isso o que texto diz.

– Então, o que diz?

Silêncio e cara fechada…

– Concordo com o irmão de que o crente que se torna uma “nova criatura” em Cristo (2Co 5.17) é liberto do poder do pecado (Rm 6.6-7) e não vive mais pecando como um escravo, como ensina 1 João 3.9. Porém, não acha que é hipocrisia dizer que antes da Glorificação você será tudo aquilo que Deus quer que seja, sendo que ainda não foi liberto da natureza depravada e nem da presença do pecado?

– Discordo. Creio que é possível viver sem pecar, e que pouco antes da volta de Jesus nenhum crente pecará mais.

Ao final, não me restou outra coisa senão cortar a conversa com uma brincadeira e deixar que Deus instruísse aquele cristão:

– Aqui está meu telefone. Depois me ligue e me ensine mais sobre o seu segredo para não pecar nem mesmo em pensamento. Fique com Deus.

Sei que boa parte dos perfeccionistas não têm a mesma postura extremista que a dele, porém, eles caminham para o mesmo lugar.

Para auxiliar as pessoas a não seguirem por esse caminho perigoso, decidi transcrever nesse post alguns trechos do Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia sobre o tema do pecado, perfeição e glorificação, a fim de que as pessoas se familiarizem com a posição teológica majoritária da Igreja e tenham uma visão bíblica (e não utópica) da perfeição cristã.

Transcrevi também vários trechos da obra Pecado e Salvação: o que é ser perfeito aos olhos de Deus, de George R. Knight. Essa obra é imprescindível para quem deseja realmente conhecer o assunto de forma bíblica e equilibrada.

No presente post você verá, entre outras coisas (polêmicas!):

  1. O que é e o que não é perfeição na Bíblia.
  2. 10 principais definições bíblicas de “pecado”.
  3. Quais pecados os justos deixarão de praticar antes da volta de Jesus e quais deixarão de praticar só depois da volta dEle.
  4. O que a “Angústia de Jacó” tem a nos ensinar sobre a perfeição cristã?
  5. O testemunho final e a advertência de George Knight aos perfeccionistas.

Ao final do artigo, proporei algumas perguntas para sua reflexão pessoal ou em grupo sobre os “resultados práticos” que a teoria perfeccionista tem gerado na vida de seus adeptos.

Santificação não é Perfeccionismo

Antes, é muito importante fazer uma observação: Uma pessoa que se esforça humildemente (não arrogantemente) para fazer a vontade de Deus não pode ser confundida com um perfeccionista. Veja o esforço de Paulo em 1 Coríntios 9.27, por exemplo. Esforço para crescer e ser mais santo não é sinônimo de legalismo.

Por isso, não critique um irmão que adotou uma alimentação vegetariana, lacto-ovo-vegetariana ou vegana como um meio (não um fim) de ter a mente em condições melhores para compreender a vontade do Criador[1]. Se não estamos no mesmo nível de amadurecimento de tal irmão, devemos falar com Deus e almejar crescer, ao invés de justificar nossas escolhas erradas alegando que ele (a) é “fanático”.

Ao mesmo tempo, se você for vegetariano e sedentário, saiba que um fumante se encontra em melhores condições do que você![2] Além disso, mesmo que a carne não seja o alimento ideal e que devamos abandoná-la, comê-la não é considerada “pecado” por Ellen G. White como o é o não praticar atividade física:

“Ao negligenciarmos fazer exercício físico, ao sobrecarregarmos a mente ou o corpo, desequilibramos o sistema nervoso. Aqueles que assim encurtam a existência, desatendendo as leis da natureza, são culpados de roubo para com Deus […]”.[3]

  1. O que é e o que não é perfeição na Bíblia.

Para as Escrituras, a perfeição cristã começa na justificação, continua na santificação e termina na glorificação.

Não apresentarei os conceitos para essas três etapas da salvação, mas sim definirei ao longo do tópico somente dois: justificação e santificação. A terceira etapa – a glorificação – abordarei a partir do segundo tópico: “10 principais definições bíblicas de ‘pecado’”.

A partir do momento em que você crê em Jesus e O aceita como Salvador (Jo 3.13, 36), pela fé se apropria dos méritos de Seu sacrifício substitutivo (Rm 5.7-8), sendo o principal deles Sua justiça (2Co 5.21). Você está justificado, ou seja, absolvido por Deus.

A justiça de Cristo e a perfeita obediência dEle são transferias a você (Rm 5.19), de modo que as obras dEle passam ser suas pela fé. Não esqueça: a obediência de Cristo, não a sua, que lhe torna justo: “Por causa da desobediência a Deus de uma só pessoa [Adão], muitos se tornaram pecadores. Mas, por causa da obediência de uma só pessoa [Cristo] a Deus, muitos serão declarados justos” (Rm 5.19).

Depois que o pecador é absolvido, recebendo pela fé a justiça e obediência de Cristo, ele tem “paz com Deus” (Rm 5.1) para continuar crescendo. Essa próxima fase se chama santificação.

Entre outros significados, o termo grego para “santificação” (hagiasmos) é usado para aludir a: (a) separação para Deus (1Co 1.20; 2Ts 2.13; 1Pe 1.2); (b) o curso de vida adequado aos que assim são separados (1Ts 4.3,4,7; Rm 6.19,22; 1Tm 2.15; Hb 12.14. Refere-se à separação do crente das coisas e maneiras más.[4]

Desse modo, o caráter santo é construído pouco a pouco pela ação do Espírito Santo, Agente da santificação (Rm 15.16; 2Ts 2.13; 1Pe 1.2). Também é construído em resultado “de obedecer a Palavra de Deus e seguir o exemplo de Cristo” (Mt 11.29; Jo 13.15; Ef 4.20; Fp 2.5) – sempre, claro, no poder do Espírito Santo (Rm 8.13; Ef 3.16).[5]

Um detalhe fundamental que lhe ajudará a entender que ser santo não é “ser impecável” é que a Bíblia chamar seres humanos imperfeitos de perfeitos. Por exemplo, Noé (Gn 6.9); Abraão (Gn 17.1) e Jó (Jó 1.1). As qualificações para a palavra “perfeito”, quando aplicadas a esses indivíduos, compreendiam traços tais como andar com Deus (Gn 6.9; 17.1), temê-Lo e se desviar do mal (Jó 1.1). A pessoa perfeita descrita nesses e em outros textos (Dt 18.13; Sl 101.2,6; Pv 11.15) é aquela cujo coração e caminho estão voltados para Deus.[6]

Perfeição não é impecabilidade

Em nenhuma parte dos dois testamentos, ser perfeito ou irrepreensível significa impecabilidade.

No AT, por exemplo, pessoas como Noé e Abraão (recorde-se também de Jó, citado anteriormente), mesmo com suas fraquezas, são chamados de perfeitos. No NT, embora os filhos do reino sejam intimados a serem perfeitos (Mt 5.48), também devem orar pelo perdão de suas próprias transgressões (Mt 6.12, 14, 15).

Como muito bem destacou Ellen G. White: “o coração santificado está em harmonia com os preceitos da lei de Deus”[7], porém, “lábios santificados nunca pronunciarão palavras de tanta presunção, como ‘estou sem pecado; sou santo’”.[8]

Portanto, um cristão perfeito na definição bíblica é um pecador justificado pela fé em Cristo e que está sendo santificado (transformado) pelo poder do Espírito Santo.

Perfeição no sentido bíblico do termo não é ausência de pecado, mas a existência do amadurecimento. Para Paulo em Filipenses 3.12-15, “os que são perfeitos agora são aqueles que admitem que a perfeição é futura!”[9]

A santificação é sempre um movimento progressivo; a perfeição sempre estará à nossa frente. Ela está intimamente associada ao amor, fazendo com que amemos mais as pessoas (Fp 3.12) e que inclusive façamos o bem aos inimigos (Mt 5.43-48). O amor é o centro do significado da perfeição, pois é o maior mandamento (Mc 12.28-34) e o cumprimento de todos os demais (Rm 13.8-10; Gl 5.14).

Quando Jesus ensinou que os filhos do reino deviam ser perfeitos como Deus é perfeito, quis dizer que deviam amar e cuidar uns dos outros, como Deus o faz (Mt 5.44-47). Lucas compreende bem o sentido quando diz: “Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai” (Lc 6.36).[10]

Portanto, o coração da perfeição é o amor compassivo. Se você conhece alguém que defende com unhas e dentes que é possível não pecar, porém, ele não demostra amor, não tenha dúvida: tal pessoa está longe da verdadeira santificação. Ela precisa de um conhecimento bíblico bem mais sólido sobre o tema, bem como ser mais honesta emocionalmente, reconhecendo que tem problemas maiores do que imagina, e que precisa tratá-los.

Por experiência, garanto que a hipocrisia emocional precisa ser enfrentada de joelhos, em oração, e no consultório de psicoterapia. Enquanto não fizer isso, a pessoa nunca será plenamente feliz e se tornará alguém cada vez mais antipática, azeda, reclamadora, desagradável e dura com os outros.

Quando seremos sem pecado

O Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia não deixa dúvidas de que a perfeição absoluta e a impecabilidade só serão possíveis a partir da 2ª Vinda de Cristo. Transcreverei alguns trechos:

Primeira Coríntios 13 chama a atenção para o caráter imperfeito de muitos dos valores que os cristãos prezam agora (v. 8, 9) e anuncia uma mudança completa: ‘Quando, porém, vier o que é perfeito […]’ Isso dá uma nova perspectiva. A perfeição não é tanto algo que alcançamos, como algo que nos alcança; não é tanto aquilo que obtemos, como algo que se apropria de nossa vida em consequência da vida futura […] A parousia (chegada) de Cristo para os Seus será a consumação do processo de santificação desencadeado no início de sua vida cristã. Será também a interseção entre o crescimento moral atual pelo poder de Deus e o aperfeiçoamento dos remidos eternamente, pelo Seu amor e graça. Até aquele dia da perfeição final, ‘todos nós […] contemplando […] a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor’ (2Co 13.8).[11]

A perfeição e impecabilidade que todos almejamos está por vir. O que podemos vivenciar agora é apenas parcial: “Tenho certeza de que aquele que começou a boa obra em vocês irá completá-la até o dia em que Cristo Jesus voltar” (Fp 1.6).

Não devemos desanimar, pois o poder do Espírito nos acompanhará ao longo de nossa vida para nos tornarmos cada vez mais semelhantes a Jesus (cf. Rm 8.29). Ao mesmo tempo, não podemos nos iludir achando que teremos um nível de perfeição que só será viável após a glorificação, no momento em que Cristo retornar.

  1. 10 principais[12] definições bíblicas de “pecado”.

Ao descrever brevemente essas definições para “pecado” segundo as Escrituras, poderei em seguida lhe demonstrar quais serão os pecados que os justos da última geração de crentes deixarão de praticar antes da volta de Jesus, e quais não deixarão antes da Glorificação.

Novamente me basearei especialmente no Tratado de Teologia.[13]

Antes, compreenda algo vital que voltarei a destacar logo mais: PECADO é algo muito mais amplo e profundo que “pecados” no plural. PECADO é o relacionamento quebrado com Deus por causa da rebelião (leia Gn 3) e que leva a atos pecaminosos.[14]

Como observou Knight: “o pecado é, antes de tudo, uma atitude e um estado de rebelião contra Deus. Essa atitude leva a pelo menos, dois resultados: um relacionamento quebrado com Deus e uma série de ações que brotam da rebelião. De sorte que o PECADO leva a atos de pecado, ou, como é mais comumente formulada, PECADO conduz a pecados”.

Portanto, quando um perfeccionista pensa que será “impecável” por não praticar “atos” pecaminosos, demonstra total incompreensão do conceito bíblico de pecado. Além disso desconsidera que se sua relação com Deus só será plenamente restaurada após a glorificação, quando poderá vê-lo face a face (Ap 22.4), isso prova que tal perfeccionista continuará sendo pecador. Só não teremos mais o PECADO (quebra na relação) em nossa natureza quando Deus tiver cada um de nós ao Seu lado.

Voltemos aos termos para “pecados”.

Pecados no AT

Analisaremos brevemente quatro palavras hebraicas:

  1. Hatta’th: Aparece 293 vezes e seu significado básico é “errar o alvo”, como ao atirar uma flecha (Jz 20.16; Jó 5.24). Enfatiza um estilo de vida que se desvia do alvo ou da meta que Deus traçou.
  2. ‘Awon: Ocorre 229 vezes e sua ideia básica é “tortuosidade” (Lm 3.9). Possui outros significados, mas, no presente post destacarei esse que exprime o significado básico.
  3. Pesha’: Aparece 135 vezes e significa “violação deliberada”, “premeditada” e “obstinada” de uma norma ou padrão. É uma recusa em se submeter à autoridade legítima. O elemento de “teimosia” e “revolta” faz dessa palavra uma forma muito mais grave de pecado do que as outras (Is 1.2; Jr 3.13; Os 7.13; 8.1).[15]
  4. Resha’: Ocorre 30 vezes e é usada para descrever o estado dos perversos, que “são como o mar agitado, que não se pode aquietar (Is 57.20).

Pecados no NT

Agora veremos o significado de seis termos gregos:

  1. Hamartia: Aparece 175 vezes e, assim como “hatta’th” no hebraico, significa “errar o alvo”, como no tiro ao alvo. Hamartia designa a falha deliberada de um indivíduo em alcançar o padrão de Deus (Mt 1.21; Rm 5.12-13; 1Jo 1.9). John M. Fowler no Tratado de Teologia destaca que “o poder do pecado é tão hediondo e o seu domínio tão cruel que Paulo quase personifica hamartia ao dizer que ele reina (Rm 5.21) e domina sobre nós (Rm 6.14), e que nos tornamos seus escravos (v. 6, 17, 20).[16]
  2. Parakoe: Ocorre três vezes, sendo geralmente traduzida por “desobediência” (Rm 5.19; 2Co 10.6; Hb 2.2) e significa literalmente “deixar de ouvir” ou “indisposição para ouvir”. É pecar no sentido de fechar os ouvidos para Deus.
  3. Parabasis: O NT utiliza esse termo sete vezes. Transmite a ideia de “atravessar”, “ira além”, como quem entra em território proibido. A forma substantiva descreve uma deliberada quebra da lei, a violação de um mandamento, a entrada numa zona proibida. Daí ser traduzida como “transgressão” (Rm 4.15; Gl 3.19) ou “violação” (Hb 2.2, Nova Versão Internacional).
  4. Paraptoma: Usado 23 vezes, significa um deslize, uma falta, e é comumente traduzido como “ofensa” (Mt 6.14, 15; Rm 4.25; 5.15) e “transgressão” (Rm 11.11-12, Nova Versão Internacional). De todas as palavras para pecado, essa é a única que menos transmite a ideia de ato deliberado.
  5. Anomia: Aparece 14 vezes no NT e sugere desrespeito ou violação da nomos, ou lei.
  6. Adikia: Essa palavra comunica a ideia de “injustiça” ou ausência de justiça e é traduzida como “impiedade” (Rm 1.18-19).

Acrescente-se a isso o fato que Paulo afirma que falta de fé[17] também é pecado: “Mas aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm 14:23, Nova Versão Internacional) e que “esses termos, sozinhos ou em conjunto, não nos levam a uma definição bíblica precisa de pecado […] A negação de Deus jaz na raiz do pecado, e pode assumir diferentes formas e atividades que abrangem relacionamentos além de dimensões éticas, morais e espirituais […]. Em resumo, pecado é rebelião contra Deus”.[18]

Portanto, se quisermos entender esse assunto devidamente, precisamos ampliar nossa compreensão da doutrina do pecado, não o vendo apenas como “atos errados”, mas como alienação a Deus, uma quebra de nossa relação com Ele (Gn 3) que veio a corromper nosso ser por completo (Rm 3).[19]

  1. Quais pecados os justos deixarão de praticar antes da volta de Jesus e quais deixarão de praticar só depois da volta dEle?

Uma análise bíblica do que significa ser “perfeito” (um pecador em processo de amadurecimento e melhoramento), bem como dos termos hebraicos e gregos supracitados, não deixa dúvidas para aquele que quer aprender.[20]

Veja a tabela a seguir, que lhe ajudará a obter a resposta a esse terceiro tópico do artigo. Não relacionei todos os termos citados anteriormente (e outros que há nas Escrituras) porque há sinônimos. Além disso, agreguei um termo: remiyyah = falsidade

 

Pecados que os justos de Apocalipse 14[21]  terão “vencido” ANTES da volta de Jesus Pecados que os justos de Apocalipse 14 (e de todas as eras) só vencerão APÓS a glorificação
Pesha’ = “violação deliberada, obstinada” Hatta’th = “errar o alvo”
Resha’ = “perversidade” ‘Awon = “tortuosidade”
Parakoe = “indisposição para ouvir” a Deus Paraptoma = “deslize”, “falta”
Adikia = “injustiça”, “impiedade”
Remiyyah = falsidade

 

Perceba que a pergunta correta a ser feita, como bem apontou Amin Rodor, não é: “os justos deixarão de pecar pouco antes da volta de Cristo?”, mas sim: “de quais pecados você está falando?”. Assista à excelente explicação desse teólogo logo abaixo:

Uma palestra completa do Prof. Rodor poderá ser assistida no próximo vídeo:

Você também não pode deixar de assistir às palestras do Prof. Wilson Paroschi logo abaixo:

Teologia e perfeccionismo – Pastor Wilson Paroschi (Palestra 1 e 2)

Teologia e perfeccionismo – Pastor Wilson Paroschi (Palestra 3)

Alegar que os justos continuarão pecando no sentido de “violação deliberada e obstinada”; que praticarão “perversidades”, serão “indispostos para ouvir a Deus” e “injustos”, é um erro terrível, pois a relação com Deus transforma o crente numa “nova criatura” (2Co 5.17). A Bíblia nos convida a desenvolvermos a santidade e o fruto do Espírito, que é composto de nove qualidades de caráter (ver Gl 5.22-23). Afinal, sem santificação, “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

Ao mesmo tempo, afirmar que os justos serão “impecáveis” no sentido de não mais “errar o alvo”; de terem procedimentos “tortos” ou “deslizes e faltas” antes da glorificação, é uma heresia fanática e farisaica que não pode ser comprovada biblicamente – e nunca o será na prática. Até hoje nenhum dos que advogaram a perfeição absoluta (antes da glorificação) alcançaram tal nível de santidade.

Ao analisar quatro palavras hebraicas para “pecados” existentes só no Salmo 32, Roy Adams foi muito feliz em concluir:

A lição que devemos aprender da oração de Davi no Salmo 32 é que em Jesus a vitória é possível, que em Jesus pesha’ (rebelião) e remiyyah (engano, hipocrisia, falácia) cessarão. A vitória nessas áreas da vida cristã será completa, porque esses aspectos do pecado estão direta e intrinsecamente entrelaçados com o caráter. Sem dúvida, em relação com hatta (errar o alvo) e awon (maldade no sentido de deformidade moral natural), Deus tolera ao cristão que tem se submetido completamente até o fim.[22]

Louvado seja Deus por tolerar tais “defeitos de fábrica”[23] em nós, até o dia em que Ele nos glorificará e aperfeiçoará por completo!

Portanto, “reproduzir perfeitamente o caráter de Cristo” para Ellen G. White significa deixar de lado a rebeldia e “ter um relacionamento compassivo”, como visto na explicação contextual fornecida à declaração dela na nota de rodapé 17.

De acordo com Knight, reproduzir o caráter do Salvador “não está ligado, conforme percebemos pela parábola das ovelhas e dos cabritos em Mateus 25.31-46, com comer (ou não) nem mesmo com guardar o sábado”. Para ele, “essas questões de estilo de vida são importantes, mas somente dentro do contexto de uma vida cristã verdadeiramente caridosa”. Ele também ressalta que, infelizmente, “o discurso adventista sobre perfeição de caráter tem, demasiadas vezes, enfocado mais o estilo de vida do que o próprio caráter. Esse é um trágico erro”, pois “a reforma de saúde e outras questões de estilo de vida devem ser vistas como um meio e não como um fim em si mesmas”.[24]

O autor continua dizendo que Deus “provavelmente não ‘perderá o sono’ porque você está sendo intemperante na comida; mas ficará contrariado se seu comer intemperante tornar você irritadiço e injusto com seus filhos. O propósito dos bons hábitos de saúde e das demais coisas é habilitá-lo a expressar mais perfeitamente o caráter de Cristo para as pessoas que estão a sua volta. A tragédia em confundir estilo de vida com caráter é que predispõe para o legalismo; um legalismo tão implacável, frio, severo e sombrio quanto o dos fariseus do passado”.[25]

Um PROBLEMA maior

Pecados no plural são os sintomas que demonstram que há uma causa maior por trás de nossas falhas: o PECADO. No singular, diríamos assim, “pecado” é a causa, a natureza envenenada, que nos leva à rebelião contra o Criador. Parte desses sintomas venceremos antes de Jesus voltar (veja a tabela acima). Outros só serão tirados de nós quando a causa – natureza envenenada – sair por completo de nossa vida.

Por isso, longe de colocarmos nossas esperanças em nosso comportamento (até mesmo nossas boas intenções são carregadas de pecado), devemos vislumbrar com alegria e esperança o dia da glorificação quando Jesus, “pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio”, “transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso” (Fp 3.21).

De acordo com o Nisto Cremos: “a transformação última, todo-abrangente de nossa vida, que se transformará na genuína imagem de Deus, deverá ocorrer por ocasião do segundo advento […] Nossa transformação criadora final acontecerá quando nos apossarmos da incorruptibilidade e da imortalidade, quando o Espírito Santo restaurar completamente a criação original”.[26]

Portanto, temos uma natureza envenenada pelo pecado. Enquanto ela existir dentro de nós, teremos de lutar contra ela, “esmurrá-la” (1Co 9.27) e recorrer a Jesus quando ela nos vencer (1Jo 2.1-2).

Enquanto o perfeccionista não diferenciar a causa (pecado) dos sintomas (pecados), continuará em seu fanatismo e, mais cedo ou mais tarde, se frustrará na vida cristã, como aconteceu com muitos. E o doloroso é que o caminho poderá não ter mais volta.

No capítulo 39 do livro O Grande Conflito Ellen G. White destaca, com base em Daniel 12.1 que, após a conclusão do ministério sumo-sacerdotal de Cristo no santuário celestial, “haverá um tempo de angústia, qual nunca houve”. Ela chama isso de “Angústia de Jacó” cf. Jr 30.5-7). Para ela, “a noite de angústia de Jacó, quando lutou em oração para obter livramento da mão de Esaú (Gn 32.24-30), representa a experiência do povo de Deus no tempo de tribulação”.[27]

Mesmo que Satanás não consiga destruir a fé dos justos perseguidos em meio às pressões externas e internas, em algum momento tais justos estarão angustiados por recearem “não se terem arrependido de todo pecado, e que, devido a alguma falta, não se cumpra a promessa do Salvador: Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo (Ap 3.10)”.[28]

Ter a fé provada não é pecado. Porém, considerando Romanos 14.23 de que “tudo o que não provém da fé é pecado”, percebo que os justos, por ocasião da angústia de Jacó, ainda pecarão por duvidarem da promessa de Deus em Apocalipse 3.10. Porém, a graça de Cristo, mesmo a obra de intercessão tendo terminado para os ímpios, continuará amparando os filhos de Deus e jamais os abandonará no momento mais crucial de sua história (Hb 7.25)[29]. Isso prova que a última geração de crentes também só estará no Paraíso pela graça.

Curioso que mesmo destacando a importância de os filhos de Deus da última geração (você e eu faremos parte dela? Não sabemos!) permanecerem fieis em obediência aos mandamentos, inclusive à observância do sábado, ela não diz que a esperança dos justos atribulados estará em suas obras ou comportamento, mas, do mesmo modo que Jacó, “sua única esperança” estará “na misericórdia de Deus”[30]

Além disso, ela destaca que a vitória não se dará pela impecabilidade, mas pela fidelidade e perseverança: “Pela humilhação, arrependimento e submissão, aquele mortal pecador falível (Jacó), prevaleceu sobre a Majestade do Céu”[31]. Nada no contexto sugere que Ellen White ensinasse que você e eu, pouco antes de Jesus voltar, não seremos “pecadores falíveis” como Jacó. Nada sugere que a última geração de crentes será “menos pecadora” que ele.

Mesmo não sendo “pecadeiro”, Jacó era um pecador que “sabia que sem o auxílio do Céu teria de perecer” e que “apelou para a misericórdia de Deus”[32], não para sua perfeição moral. White também destacou que o afastar de nós o pecado nesta vida, antes da volta de Jesus, se dá “pela fé no sangue expiatório de Cristo” e em “ligar nossa fraqueza à Sua força, nossa ignorância à Sua sabedoria, aos Seus méritos nossa indignidade”.[33]

Essa análise contextual é de fundamental importância para não cairmos no erro de pensarmos que a última geração de crentes não precisará continuar sendo amparada pela graça. Se isso fosse possível (viver sem Cristo por Ele ter concluído a obra de intercessão), Deus estaria estimulando-os a se tornarem arrogantes. Afinal, eles seriam “melhores” e “menos pecadores” que os salvos de outras gerações.

Os santos do tempo do fim continuarão necessitando de Jesus, ainda mais num momento tão crucial da história humana! Se hoje caímos, imagine num momento de tão dura prova como o de Apocalipse 13.

Se não tivéssemos a Cristo conosco, simplesmente estaríamos perdidos. “Ainda que Cristo tenha encerrado seu papel como mediador no santuário celestial, sua obra como salvador ainda afeta a vida dos que serão trasladados […] Tendo em vista que eles ainda permanecerão ‘nele’, os pecados não intencionais e de omissão ainda são cobertos por sua vida perfeita imputada a cada crente por meio da justificação contínua”.[34]

Além disso, o encerramento da sessão do tribunal divino pré-advento “não significa que os santos estejam inteiramente livres de pecado ou que sejam absolutamente perfeitos. Eles estão perfeitos, mas ainda não são perfeitos; sem pecado, mas ainda não ‘impecáveis’”.[35]

Os justos cometerão ainda pecados (ou erros) inconscientes e deixarão de fazer o bem por omissão.[36] Por isso, Ellen G. White afirmou: “não podemos dizer: ‘sou sem pecado’, até que seja transformado este corpo abatido, para ser igual ao corpo da sua glória”. “Se bem que não possamos advogar ‘perfeição da carne’ até a segunda vinda, “podemos possuir perfeição cristã de alma”.[37]

Considerando a citação de Ellen G. White em Conselhos Sobre Saúde, 4ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013), p. 41, de que sobrecarregar o sistema nervoso com a falta de exercício é pecado, cabe nos perguntarmos se durante o tempo de angústia os justos terão tempo suficiente para se exercitarem adequadamente e não pecarem! A resposta é óbvia – não acha?

Pecado é algo muito mais amplo, caro leitor. Os perfeccionistas simplificam demais as coisas.

Se você for um perfeccionista, saiba que está num caminho muito perigoso que torturará sua consciência e lhe tirará o prazer de ser cristão (e de viver). Mas, há tempo de corrigir isso, assim como o fizeram, por exemplo, George R. Knight e Martin Weber. Deixo registradas suas palavras para que sirvam de testemunho e advertência, a fim de que não comprometa mais sua espiritualidade, saúde e relacionamentos por causa de sua crença perfeccionista:

Marty, eu e muitos outros adventistas do sétimo dia teríamos poupado muita dor a nós mesmos (e a outros), caso tivéssemos lido o contexto equilibrado de tantas declarações de Ellen White que apressadamente compilamos sob a forma de monstruosidades farisaicas. Por ignorar esses contextos, praticamos violência tanto contra a intenção da autora como contra o Deus, que acreditamos, a inspirou.[38]

Portanto, querido leitor, não caia no erro de pensar que a última geração de salvos será mais “santa” que Enoque, Moisés, Abraão, Elias, e outros heróis da fé de Hebreus 11. O grupo simbólico dos 144.000 (Ap 7.1-4; 14.1-4) não será nenhuma “tropa de elite” que não pecará mais.

Afinal, Apocalipse 22.11 é muito claro em afirmar que os santos deverão continuar sendo santificados, pois a santificação é um processo que não para pouco antes da 2ª vinda. Como bem ressaltou Kenneth Strand, a experiência dos 144.000 não é singular em qualidade, mas em magnitude[39], por conta das pressões que sofrerão por causa dos poderes perseguidores representados pelas bestas de Apocalipse 13.

Os cristãos que viverem nesse período singular da história da Terra não terão agido em rebelião (PECADO) contra Deus. A lealdade e a dedicação deles ao Senhor serão “imaculadas”, “sem falta” e “perfeitas”.

Falando dos justos por ocasião da volta de Cristo, Knight acertadamente detalhou:

“Embora essas pessoas não tenham se tornado isentas de pecado, no sentido mais pleno da palavra, por ocasião de sua morte ou da segunda vinda, ainda assim serão casos seguros de salvação, pois seu coração e mente são retos [pela graça de Cristo atuante neles]. Depois que essas pessoas “perfeitas” receberem um “corpo espiritual” [1Co 15] e forem postas em um ambiente perfeito [agora vivemos num ambiente onde há a presença do pecado], a última coisa que desejarão é retornar para a miséria do pecado. Desse ponto em diante, podem afirmar que são impecáveis no sentido mais completo da palavra. Mas ainda não serão perfeitas no sentido absoluto”[40] [o autor destaca no restante do capítulo que os justos continuarão crescendo pela eternidade toda].

No momento, o que Deus espera de você e de mim é que depois de aceitarmos a Cristo como nosso Salvador (Jo 3.16, 36) e permitirmos que o Espírito vá escrevendo ao longo de nossas vidas Seus princípios de amor em nosso interior (Hb 8.10), obedeçamos a Miquéias 6.8:

Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.

Sem essas qualidades de caráter (cf. Gl 5.22-23) e esse estilo de vida simples e de comunhão com o Criador, ninguém permanecerá em pé quando Cristo voltar pela 2ª vez “aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9.28).

Portanto, seja perfeito. Porém, perfeito em seu relacionamento de amizade com Deus e no amor compassivo para com seu próximo.

Perguntas para reflexão pessoal ou discussão em grupo

Considerando o ensino de Jesus em Mateus 7.17 (“a árvore boa produz bons frutos”) e o conselho de Gamaliel em Atos 5.38 (“se o que planejam e fazem é meramente humano, logo serão frustrados. Mas, se é de Deus, vocês não serão capazes de impedi-los”), reflita sobre os resultados do perfeccionismo na vida de muitos crentes:

Algumas Bibliografias Sugeridas

Obviamente há um número bem maior de obras abalizadas e links do que esses que indicarei nesse post. Porém, as obras a seguir serão um ponto de partida muito importante para quem deseja ter um conhecimento mais profundo sobre o tema.

Adams, Roy. La Naturaleza de Cristo: Su relación con el pecado, la justicia y la perfección. Florida, EUA: Asociación Publicadora Interamericana; México: Gema Editores, 2009.

Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia (organização). Nisto Cremos: as 28 crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. 8.ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008, p. 160-165.

Berkouwer, G. C. Doutrina Bíblica do Pecado. São Paulo: Associação dos Seminários Teológicos Evangélicos, 1970.

Douglass, H.E; Heppenstall, E.; LaRondelle, H.K.;  Maxwell, C. M. Perfection: The Impossible Possibility (SPA, 1975).

Fortin, Denis; Moon, Jerry (ed.) The Ellen G. White Encyclopedia. Hagerstown, Maryland: Review and Herald, 2013, p. 1021-1024. Veja-se “Perfeccion”. Tal artigo traduzido para o português por Nelson Wasiuk, se encontra disponível no seguinte link: http://leandroquadros.com.br/ellen-g-white-e-a-perfeicao-crista/

Knight, George R. Pecado e Salvação: o que é ser perfeito aos olhos de Deus. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016.

______. Eu Costumava Ser Perfeito: minha busca pela verdadeira religião. Engenheiro Coelho, SP: UNASPRESS, 2016.

______. Questões Sobre Doutrina: o clássico mais polêmico da história do adventismo / notas e introdução histórica e teológica por George R. Knight. Ed. anotada. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008, p. 435-467. Ver “Apêndice B” com as referidas anotações de Knight.

LaRondelle, Hans K. O Que é Salvação: O que Deus faz por nós e em nós. Tatuí. SP: Casa Publicadora Brasileira, 1998.

Rodor, Amin A.; Dorneles, Vanderlei (orgs.) “A Natureza Humana de Cristo”. Parousia 1 (2008). 99 págs.

Rodor, Amin A; Groger, Renato (orgs.) “Perfeccionismo”. Parousia 2 (2008). 109 págs.

Rodor, Amin A.; Milli, Andriani; Follis, Rodrigo (orgs.). “Perfeccionismo: Estudos sobre a perfeição à luz da Bíblia”. Parousia 5 (2016). 142 págs.

Silva, Demóstenes Neves da. Perguntas e Respostas Sobre Perfeccionismo e a Humanidade de Jesus: Uma abordagem bíblica e na perspectiva adventista. Série Perguntas e Respostas, vol. 4. Cachoeira, BA: CePLiB, 2009.

Timm, Alberto R.; Rodor, Amin A; Dorneles, Vanderlei (eds). “O Que Significa ‘Viver sem Intercessor’”. O Futuro: A visão adventista dos últimos acontecimentos. Engenheiro Coelho, SP: UNASPRESS, 2004, p. 203-211.

Timm, Alberto R. “Qual a diferença entre perfeição e perfeccionismo? ” Revista do Ancião (abril-junho de 2011). Disponível em: http://centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/qual-e-a-diferenca-entre-perfeicao-e-perfeccionismo/ (consultado em 05 de junho de 2017).

Venden, Morris L. Nunca Sin Um Intercesor: Las buenas nuevas acerca del juicio. Buenos Aires, Argentina: Asociacion Casa Editora Sudamericana, 1998.

Referências e Notas

[1] Veja, por exemplo, Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, 10ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 311-317 (“A Carne como Alimento”) e p. 318-324 (“Extremos no Regime”).

[2] Em uma palestra que assisti na Clínica Adventista de São Roque, o médico nos informou que um fumante que pratica atividade física regularmente tem mais tempo de vida que um vegetariano sedentário. Isso não é pretexto para não adotar o vegetarianismo, pois os benefícios para a saúde serão ainda maiores para quem se exercita regularmente e adota uma dieta sem carne. Porém, é um alerta para quem acha que está “reformando” sua saúde apenas pelo abandono da carne. Não nos esqueçamos que a reforma de saúde envolve o uso dos oito remédios naturais e que, portanto, a carne é apenas a ponta do iceberg: “Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino – eis os verdadeiros remédios” (White, A Ciência do Bom Viver, p. 127). Sobre a importância da saúde para o crescimento do cristão veja também a excelente obra Cesar Vasconcellos de Sousa, intitulada Saúde Total: A cura que você precisa do jeito que Deus prescreve (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014).

[3] White, Conselhos Sobre Saúde, 4ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013), p. 41.

[4] W. E. Vine, Merril F. Unger, William White Jr., Dicionário Vine: O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento (Rio de Janeiro: CPAD, 2010), p. 969. Ver “Santificar”.

[5] Ibid.

[6] Francis D. Nichol (ed. da versão inglesa) e Vanderlei Dorneles (ed. para a versão portuguesa), Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011), p. 335.

[7] Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, 10ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2006), p. 563.

[8] Ibid., p. 561, 562.

[9] Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 336.

[10] Ibid., p. 336, 337.

[11] Ibid., p. 337. Grifos acrescidos.

[12] Segundo Amin Rodor, só no AT há 12 termos diferentes para pecado.

[13] Ibid., p. 267-270.

[14] A base do pecado de Lúcifer, Adão e Eva foi tais criaturas quererem ser iguais ao Criador, assumindo uma posição e conhecimento que pertenciam unicamente a Ele. Leia Isaías 14.12-14 e Gênesis 3.

[15] Ibid., p. 268.

[16] Ibid., p. 269,

[17] Sobre a falta de fé como sendo também pecado, veja logo abaixo o tópico “A Angústia de Jacó”.

[18] Ibid., p. 269, 270.

[19] Uma das obras que recomendo sobre a doutrina do pecado se encontra ao final desse post, na bibliografia. Escrita por G. C. Berkouwer, intitula-se Doutrina Bíblica do Pecado (São Paulo: Associação dos Seminários Teológicos Evangélicos, 1970).

[20] Ellen G. White escreveu em Parábolas de Jesus, 15ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 69: “Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de si mesmo em sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em seu povo, então virá para reclamá-los como seus”. Esse é um dos trechos mais mal interpretadas da Sra. White e, ao mesmo tempo, dos mais fáceis de serem compreendidos. A leitura das páginas 67 e 68 revela que “reproduzir perfeitamente” o “caráter de Cristo” não é ser “impecável” como Ele, mas ser perfeito em amor, deixar de lado o “eu”, auxiliar a outros e amá-los, ou seja, ter um relacionamento compassivo. Veja o contexto: “Igualmente ninguém deve viver para si mesmo. O cristão está no mundo como representante de Cristo para a salvação de outros. Na vida que se centraliza no eu não pode haver crescimento nem frutificação. Se aceitaram a Cristo como Salvador pessoal, vocês devem esquecer de si próprios e procurar auxiliar a outros. Falem do amor de Cristo, contem de Sua bondade. Cumpram todo dever que se lhes apresenta […] Recebendo o Espírito de Cristo – o espírito do amor abnegado e do sacrifício por outrem – crescerão e produzirão fruto. Sua fé aumentará; suas convicções aprofundar-se-ão, seu amor será mais perfeito. Mais e mais refletirão a semelhança de Cristo em tudo o que é puro, nobre e amável […] Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus” (p. 67-69).

[21] George Knight aponta (p. 193) que para eruditos bíblicos, os 144.000 de Apocalipse 14 não são “impecáveis”, mas sim cristãos “radicalmente comprometidos com Deus” (Gerrit C. Berkouwer” que manifestam “dedicação irrepreensível” a Ele (George Eldon Ladd).

[22] Roy Adams, La Naturaleza de Cristo: Su relación con el pecado, la justicia y la perfección (Florida, EUA: Asociación Publicadora Interamericana; México: Gema Editores, 2009) p. 127.

[23] Não estou dizendo que Deus nos criou defeituosos (ver Gn 1.26-27; 31; Ec 7.29). Refiro-me à nossa condição de “fábrica” pós-queda.

[24] George R. Knight, Pecado e Salvação: o que é ser perfeito aos olhos de Deus (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016), p. 200.

[25] Ibid.

[26] Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia (organização). Nisto Cremos: as 28 crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. 8.ª ed (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), p. 164.

[27] Ellen G. White, O Grande Conflito, 43ª ed (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 616.

[28] Ibid., p. 619.

[29] Veja o artigo que elaborei com base na explicação de Morrin L. Venden sobre o que significa “viver à vista de um Deus santo sem um intercessor” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 614). O mesmo se encontra disponível em: https://www.novotempo.com/blogs/namiradaverdade/voce-e-eu-nunca-viveremos-sem-um-intercessor/ (consultado em 05 de junho de 2017).

[30] White, O Grande Conflito, p. 616.

[31] Ibid., 617.

[32] Ibid., p. 618.

[33] Ibid., p. 623.

[34] Knight, Pecado e Salvação, p. 207.

[35] Ibid., p. 200.

[36] Não devemos nos aventurarmos em querer explicar muito isso por não fazer parte de nossa realidade presente. Somente quem estiver vivo pouco antes da volta de Jesus o saberá por experiência própria.

[37] White, Mensagens Escolhidas, vol. 2 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD-Rom]), p. 32.

[38] Knight, Pecado e Salvação, p. 199. Grifos acrescidos.

[39] Ibid., p. 195.

[40] Ibid., 224.