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A coragem de não usar o poder

Tempo de Refletir


Por Rádio NT 24/07/2022 - 03h30
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Lucas 23:35 – Salve-se a Si mesmo, se é o Cristo de Deus, o Escolhido.

No passado, quando os meninos queriam desafiar uns aos outros, diziam: “Se você for homem…” Essa expressão era uma maneira de questionar o poder, a coragem, a honra, a integridade e até a masculinidade do oponente.

Mais do que ninguém, como se fosse um moleque briguento, o diabo usou essa estratégia para provocar Jesus, e instigou outras pessoas a fazer a mesma coisa. No deserto, o tentador aproximou-se do Salvador e disse: “Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães” (Mt 4:3). Depois, ele o levou ao pináculo do templo e o desafiou: “Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo” (v. 6). Pouco antes, à margem do Jordão, Deus havia dito que Jesus era o Filho amado (3:17). Se Cristo cedesse à tentação de provar sua filiação divina, estaria duvidando da afirmação do Pai.

No contexto da cruz, o sumo sacerdote exigiu que Jesus jurasse pelo Deus vivo a respeito de sua identidade: “Se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos” (Mt 26:63). Os transeuntes balançando a cabeça em sinal de deboche, o insultaram: “Você que destrói o templo e o reedifica em três dias, salve-se! Desça da cruz, se é [o] Filho de Deus!” (27:40). As autoridades o ridicularizaram: “Salve-se a si mesmo, se é o Cristo de Deus, o Escolhido” (Lc 23:35). Igualmente, os soldados zombaram: “Se você é o rei dos judeus, salve-se a si mesmo” (v. 37). Um dos criminosos crucificados, ignorando sua própria condição, também entrou na onda: “Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!” (v. 39).

Em cada um desses casos, Jesus poderia ter respondido com demonstrações espetaculares de força, pois era a personificação do poder. Ele era o Filho de Deus e tinha o Espírito Santo em plenitude e, portanto, poder em estado puro. No entanto, preferiu responder com as Escrituras ou com o silêncio. Quando o natural seria explodir ou mostrar quem manda, Ele optou pela humildade, deixando que o tempo se encarregasse de reivindicar sua honra. Num ambiente em que o código de honra exigia uma resposta imediata, sua atitude provou que ele tinha maturidade em grau máximo.

Hoje, em certo sentido, o poder está fragmentado, mas ainda existem figuras muito poderosas. E elas gostam de mandar e exigir, pois na concepção secular, o poder é para ser exercido – e de maneira plena, na vertical, não com moderação e equilíbrio, mas com arrogância e soberba, sendo duro e implacável. Se alguém duvida do nosso valor, apelamos para o poder a e a força. Ter poder e não apelar para ele quando somos desafiados ou ignorados é mais difícil do que conseguir o poder. No entanto, Jesus mostrou que é possível não ser controlado pelo desejo de mostrar poder. O verdadeiro poder, às vezes, é não exercer o poder.

Reflita sobre isso no dia de hoje e ore comigo agora:

Senhor Deus e Pai: toma conta de nossa vida para que possamos agir e viver de acordo com a Tua vontade. Pedimos em nome de Jesus, amém!